Que a ludicidade é componente indispensável à aprendizagem e ao desenvolvimento, principalmente de crianças, não é nenhuma novidade, agora que a gamificação é uma ferramenta poderosíssima para o ensino, isso talvez, muitos ainda não saibam. No mundo corporativo o uso de app e plataformas digitais para gamificar processos de treinamento profissional não é apenas comum, como movimenta grandes fluxos de investimentos na customização e criação de games on demand.
Na educação, ainda que, timidamente, vai ganhando força o uso de estratégia didáticas gamificadas. Apesar de enfrentar resistência por partes daqueles que acreditam que aprender não deve envolver competição, em razão das aulas online e híbrida, a procura por recursos, ferramentas e novos paradigmas metodológicos tem aumentado significativamente, pois o ofício de mestre está diante de um dos maiores desafios já enfrentados pos-scholars: como gerar engajamento e tornar as aulas mais participativas e interessantes, como obter a atenção dos alunos? Este é o target do momento! Reinventar não apenas a escola, os materiais, os conteúdos, as ferramentas, mas sim ressignificar a forma como aprendemos e ensinamos.
Em duas unidades de ensino da Fundação Instituto de Educação de Barueri/FIEB – Prof. Maria Theodora e Prof. Brasílio Flores – o pesquisador e professor de língua inglesa, Michel Marcelo de França[1], mestre pela PUC-SP e doutor pela USP na área de Linguagem, Tecnologia e Educação, tem desenvolvido um projeto de gamificação a partir do uso de um app chamado Kahoot. O projeto não apenas tem conquistado a atenção dos alunos que frequentam as aulas de inglês gamificada, como também dos colegas professores de outras disciplinas. Na sexta-feira, 11 junho, com o objetivo de manter em curso o próprio processo de formação continuada, o pesquisador foi convidado pelos pares a conduzir uma oficina de Kahoot durante as horas de trabalho pedagógico coletivo.
O Resultado? Bem, professores motivados a utilizarem a nova ferramenta com os seus alunos, e certos de que estão em sincronia com os novos paradigmas e desafios educacionais do século XXI. Mais que aprender a ser, a conviver, é preciso aprender a aprender e a fazer. Estes são os fundamentos de uma educação inovadora e disruptiva, uma nova ordem capaz de gerar engajamento e o constante desejo por aprender, até porque conhecimento não se constrói através de punição, sim com diversão e propósito.
Carlos Andre G. Martins é jornalista, empresário, CEO da Midia Grande Oeste & InServer/L10
andre{@}linha10.com.br
[1] Professor, escritor, compositor, músico e publicitário. Doutor em Letras pela USP, Mestre em Linguística Aplicada pela PUC-SP onde atua como professor convidado na extensão e pós-graduação. Graduado em Letras pela FATEMA e Marketing pela FECAF.